MAR
Quando elevas as ondas para os céus,
é revolta o que sentes, oh gigante,
ou é desejo de subir a Deus ?
Mar ! Velho mar perturbador, vibrante,
de nervos tão incertos como os meus !
Mar tempestuoso, aventureiro, errante,
que és túmulo de reis e plebeus !
Coberta azul com folhos mil, de renda ...
A tua voz, não há ninguém que a entenda
mar caprichoso, esfíngico, profundo !
E tanta vez, inconsolável, choras ...
Que dor, que angústia trágica deploras,
oh mar, imensa lágrima do mundo ?
Virgínia Victorino